Eu não mato a saudade
A saudade me mata
Eu que sou tão normal...
Tão infantil e linear
Eu que tenho um rosto imemorável
Um íntimo calado
Eu que tenho mil dissimulações
Não consigo ler tuas linhas
Por causa dessa dor que nunca senti
De não ter um amor que não tive
Há algo mais infeliz que isso?
Minha mente revirada em bordel
Minhas simplicidades
Tentando entender tua complexidade
Teu emaranhado confuso
Tua infidelidade contigo
Deslealdade íntima
Namoro com minha desgraça
E me amarguro com facilidade
É uma lástima pessoal irreversível
Porém o pouco tempo que passo contigo
Faz valer
Meu gênio fácil acaba por consentir
Tua morada decadente
De princípios miseráveis
No âmago da minha mente
Porque, por mais absurdo
É você quem me faz feliz.
E de repente,
A saudade chega
Sem bater na porta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário