Sopro-lhe em cânticos abatidos
Como deus sopra-nos suspiros do mar tremendo
O dia hesita perante palavras de calefação
E ao pesar da mente usurpada por liambas
Nestas tuas ruelas de companhias piegas.
A alma pesada, descontentada
Possuída de desvarios psicóticos,
Ancorada em pensamentos suicidas
És - entre todas -a melhor poetisa
Digna de olhares e afeição
Mas sei que pertence ao teu sofrimento
O real agradecimento
És - entre todas - a mais vazia
Sinto entre teus olhos, neblina
De céu escuro, choroso
Queria dar-te todo amor que carregaste
Nesses ombros finos e magricelos
Todo o desgaste desta tua vida mal andada
Essa tua sina longa ditada pelos teus versos de dor
Fostes capturada pelas mesmas presas que tantas
Não se engane ao pedir em prantos à Lua
Por mais amor
Pois teu colo amante é mais que merecido
Vejo em teu rosto um esboço de sorriso mulato
Um olhar carregado de drogas e noites bestiais
Livre-se disso, tens tanto em ti como mostras em poesia
Nem sei por que tens me ganho
Se durmo nos mesmos lençóis que pelo teu líquido foram sujos
Se cobiço tuas linhas e fantasias
Mas estou aqui prostrada pois sinto tua amargura,
E desembebo tuas lágrimas
Como se previsse as minhas
Só te digo;
Não te esqueças,
A vida ainda é bela!
E nenhuma mocidade merece a santidade da dor
De um grande coração feminino.