Poucos irão prever o universo que divaga em teu
olhar, poucos tetearão o que há além da tua densa pálida carne ou irão decifrar
a eternidade contida em tua imagem. Tua
alma invisível, escondida dos que vivem na superfície da vida, vela tua
biografia, teu labirinto íntimo confessional.
Sinto pesar pelos que cruzam por ti sem notar, os que abandonam a tua
frágil presença febril. Mas os poucos
que provam da tua eloquência sofrem dessa pequena doença onde o viver sem ti se
torna o maior dos desinteresses humanos. Como pronunciar a indeterminância de
Danielle, que atroz e violenta varia a todo momento? Onde busco a linguagem que figure o existir ao
teu lado? Não, eu não me permito mais do
que esse mero ensaio, curto regurgito de teu espectro. Eu não preciso mais do
que isso, pois te retrato todos os dias em cada livro que leio, filme que
assisto, em cada arte que admiro e utopicamente sinto como se toda história
arquitetasse teu nome. És o meu fascínio cotidiano e tua sede poética do mundo
rasga essa folha de papel pela metade... te narrar é paradoxal quando tu mesma
já é a própria fábula de si.
Um comentário:
Essa Danielle é um ser fascinante, já me apaixono nem mesmo ter olhado para os olhos dela. Me apaixono por teus escritos,Marcela.
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