"Formidável era seu nascer,
sempre entre retalhos de sua noite passada, amanhecia com a mais doce face
cansada: ela era amante. Amante do dia, do sol, do calor e de suas rubras maçãs
do rosto, vermelhas e suculentas. [...] Abraçava o mundo como se tivesse tamanho o
suficiente para tal, sempre atrasada, tropeçava degraus abaixo e gaguejava
degraus acima até sua aula. Estudava querendo entender o espaço, compreender a
humanidade, entrar na vivacidade das cores e geometrias. Íntegra, amiga, forte,
oriunda de sorrisos e gozos frenéticos e azarados. Brotou do coito detido entre
dois amantes errantes, mas veio inteira, com vontade da vida. Era ela sozinha e
de mais ninguém, uma laranja inteira que recusava metades, pois viver já lhe bastava. "
quarta-feira, 6 de março de 2013
sábado, 2 de março de 2013
Entrelinhas de um cigarro
O que há nos jardins subcutâneos de meu corpo, onde não
habitam pensamentos, apenas regeneram-se sentimentos? O que há entre as
entranhas de minha carne, onde irracionalmente definho contra minha própria
vontade? O que há no infinito do meu eu, que move-se tão violentamente contra
meu ser? O que jaz agora que não sou íntima de mim?! Navego perpetuamente no
meu universo azul.
Assinar:
Postagens (Atom)